domingo, 18 de maio de 2008

BIOGRAFIA SARTRE

Escritor e pensador francês, Jean-Paul Sartre nasceu em Paris a 21/06/1905 e morreu na mesma cidade a 15/04/1980, já senil, de ataque cardíaco. Estudou desde 1924 na École Normale Supérieure. Em 1931 foi nomeado professor de filosofia em Le Havre; em 1937, no Lycée Pasteur, em Paris. Convocado para o serviço militar em 1939, foi em 1940 prisioneiro dos alemães. Libertado em 1941, voltou para Paris, lecionando no Lycée Condorcet e participando da Resistência. Depois da guerra, em 1945, foi licenciado por tempo indeterminado. Chefe dos grupos existencialistas no bairro de St. Germain-des-Prés, fundou a revista literária e política Les Temps Modernes (Os Tempos Modernos), além de escrever para o jornal de Paris Libértacion, da esquerda.
Sartre escreve sua obra filosófica principal, O ser e o nada, em 1943. Mas em 1938 já havia publicado o romance A náusea. Seu pensamento é muito conhecido e gerou, inclusive, uma "moda existencialista", também pelo fato de Sartre ter se tornado um famoso romancista e teatrólogo.
Sua produção intelectual foi fortemente marcada pela Segunda Guerra Mundial e pela ocupação nazista da França. Podemos dizer que há um Sartre de antes da guerra e outro pós-guerra, de tal forma o impacto da Resistência Francesa agiu sobre sua concepção política de engajamento. A noção de engajamento significa a necessidade de um determinado pensador estar voltado para a análise da situação concreta em que vive, tornando-se solidário nos acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. Pelo engajamento, a liberdade deixa de ser apenas imaginária e passa a estar situada e comprometida na ação. Assim, ao escrever a peça de teatro As moscas, que versa sobre o tema do mito grego de Orestes e Electra, Sartre na verdade faz uma alegoria à ocupação alemã em Paris. Com essa obra, inaugura o chamado "teatro de situação".
Ao lado de Simone de Beauvoir, também filósofa existencialista e sua companheira de toda a vida, Sartre participou da vida política não só da França, mas mundial. Apesar de marxista, nunca deixou de criticar o autoritarismo, sobretudo quando as forças soviéticas invadiram a Tchecoslováquia. Saía à rua em protestos e, com a impunidade que lhe conferia a sua figura de cidadão do mundo, vendia nas esquinas La Cause du Peuple (A Causa do Povo), jornal maoísta, sem que ninguém ousasse prendê-lo.
Sartre pertence à ala dos filósofos existencialistas ateus, entre os quais se inclui Merleau-Ponty; na ala cristã, está Gabriel Marcel.
Google